terça-feira, 30 de setembro de 2008

A Bósnia está Viva...















O projecto da interculturalidade na Bósnia surgiu a uma quinta feira pelo Jota...

Jota: Ferrão preciso de um gajo para ir à Bósnia. Queres ir?

Ferrão: Pode ser, quando é?

Jota: A partida é segunda de manhã, mas ainda tens de arranjar voo...

Ferrão: Preciso de ligar ao patrão, as minhas férias são só até dia 1.

Jota: Então vê lá isso que é urgente.

(meu pensamento) – urgente é para ontem, isto é só para Segunda e hoje ainda é Quinta... Temos tempo...

Pensamentos vagos os meus. Nasceu assim a possibilidade de mal acabando o acampamento em que estava, pegar novamente na mochila e me fazer ao caminho. Penso que no dia em que não estiver pronto a partir quando o for solicitado, perdi o entusiasmo de ser caminhante e poder andar livre no meu caminho é tão importante como respirar a fragrância da Natureza.

6h30m – Segunda Feira

O domingo anterior servir para ultimar pormenores e ficar a saber o objectivo e a associação que iria representar – CISTUS.

Aeroporto de Lisboa.

Já conheço o contingente Português. Parecem-se porreiros e são da Rota Jovem de Cascais que até conheço.

O Rui parece-me sereno e muito responsável. Assumiu-se como líder ainda antes de o conhecer.

A Marta parece-me que não está para dar muitas conversas.

A Diana muito apaixonada, veio com o namorado para o último beijo.

O Pedro que só conheci lá, e é um chanado.

Percebi que me iria dar bem com a malta logo ao inicio. São fixes.

A viagem corre bem com paragem em Munique.

Foram-nos buscar a Saraevo e logo ai percebo as dificuldades deste País em desenvolvimento. Outra cultura, outra realidade. Adoro as imagens que vejo. As pessoas as casas, as ruas tudo é especial.

Primeira adaptação ao inglês. O Filipe (o Bósnio mais xanado que conheci) pergunta novidades ao Rui que já conhecia. Começo a gostar das vistas e partilho a parte de trás do carro com as duas Portuguesas. Cerca de uma hora pelas montanhas dos Balcãs até Foca. Terra onde estabelecemos amarras para o dialogo intercultural.

Chegamos. Pessoas novas todas com muitas perguntas de muitas nacionalidades. Pensei que estava no meio certo. Dialogo intercultural. Perfeito.

As oportunidades eram enormes e a aprendizagem era de livre vontade e ao ritmo de cada um. Perfeito.

O contigente era bom e as treiner´s também, foi criada uma relação de  entre ajuda e de amizade que o tempo não apaga da memória. 

Ficamos em casa locais, uma boa opção e com certeza mais barata, para a organização. (pensamento vago: acho que perguntei ao Jota se tinha de trazer saco de cama e ele disse que não, íamos ficar em hotel. Para que saco de cama?) Lá me arranjaram 2 lençóis e uma meia cama de casal que durante 3 ou 4 noites partilhei com o Pedro.

Durante os 10 dias realizamos dialogo intercultural, com visitas, jogos, brincadeiras, formações... Gostei, aprendi, ensinei. Um conjunto de emoções que não se conseguem descrever. A Bósnia esta viva e de saúde, não foi em vão que surge ali a primeira guerra mundial e que estiveram em guerra durante muitos anos.  Os Balcãs são um local mágico e estratégico.

As pessoas, os rostos, as imagens, nada me sai da cabeça. Foram dias fantásticos. Visita a Saraevo, o rafting, a interculturalidade, as brincadeiras, as fotos e as memorias.

A oportunidade de estar presente neste projecto representa a força que o associativismo tem.

Obrigado CISTUS pela oportunidade dada.

Obrigado contingente Tuga e os outros.

Obrigado Jota por me fazeres acreditar que realmente estas coisas são possíveis.

1 comentário:

João Delgado disse...

Realmente há quem nunca perca o espírito de caminheiro.. O espírito de não ser criança irresponsável nem adulto acomudado..

Abraço